A região do Oceano Índico Ocidental (OO) alberga mais de 70 milhões de pessoas, muitas das quais dependem dos ricos ecossistemas costeiros e marinhos para a sua subsistência. Desde a pesca e o turismo até à maricultura em pequena escala, estes recursos naturais sustentam a vida nos dez países costeiros da África Oriental que constituem a região. No entanto, a forte dependência da região destes ecossistemas em termos de emprego, alimentação e crescimento económico realça uma ligação fundamental entre a pobreza multidimensional (que abrange o rendimento, a saúde, a educação e o acesso aos recursos) e a saúde dos ecossistemas marinhos.
À medida que a degradação dos habitats, a sobrepesca, a poluição marinha e a perda de biodiversidade se aceleram devido às alterações climáticas, as comunidades enfrentam não só rendimentos reduzidos mas também cada vez mais incertos. Esta volatilidade agrava as vulnerabilidades e cria um ciclo em que a pobreza e a degradação dos ecossistemas se reforçam mutuamente.
Os impactos são especialmente graves para as mulheres, as pessoas com deficiência, os jovens e outras comunidades marginalizadas e mal servidas, que frequentemente enfrentam barreiras sistémicas no acesso a oportunidades e recursos. Para enfrentar estes desafios, são necessárias soluções integradas que associem a conservação marinha aos esforços de redução da pobreza, assegurando que os meios de subsistência sustentáveis e a governação equitativa dos recursos constituem a base da resiliência na região.
O Programa de Subvenções OCEAN (Ocean Community Empowerment and Nature) é uma oportunidade única para enfrentar estes desafios. O OCEAN é mais do que um mero apoio financeiro; é uma oportunidade para juntar a conservação, a redução da pobreza e a inclusão social em projectos que deixam um legado duradouro.
Elaborar uma proposta vencedora: Passos para maximizar o impacto
Pronto para fazer uma diferença duradoura? A segunda ronda já está aberta e, desta vez, a OCEAN está a dar prioridade a projectos que se centrem na igualdade de género, na deficiência e na inclusão social (GEDSI), particularmente na OMPI, na África Ocidental e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID).
Seguem-se algumas dicas para ajudar a sua candidatura a destacar-se:
1. Abraçar a inclusão de forma significativa
A igualdade de género, a deficiência e a inclusão social (GEDSI) não são meras caixas de verificação – são fundamentais para uma mudança sustentável e com impacto. O seu projeto deve ter como objetivo eliminar barreiras e elevar aqueles que são frequentemente deixados para trás. Pense criativamente na forma como pode dar poder aos grupos marginalizados e garantir que todos têm um lugar à mesa.
Por exemplo, pode envolver as mulheres na tomada de decisões no sector das pescas? Poderia conceber programas de formação acessíveis a pessoas com deficiência? No Quénia, por exemplo, políticas como a Lei das Pessoas com Deficiência (2003) e as diretrizes da Comissão Nacional de Género e Igualdade promovem ativamente o acesso equitativo aos recursos e à representação. Ao alinhar o seu projeto com quadros semelhantes no país onde o seu projeto está a ser implementado, demonstrará relevância e um forte compromisso com a equidade.
2. Pense na sustentabilidade desde o início
Como é que o seu projeto continuará a produzir benefícios após o fim do período da subvenção? A sustentabilidade consiste em criar mudanças duradouras, concebendo iniciativas que desenvolvam as capacidades locais, formem parcerias sólidas e estabeleçam mecanismos financeiros auto-sustentáveis. Também envolve a geração de resultados credíveis que demonstrem resultados tangíveis e atraiam financiamento e investimento adicionais. Considere a possibilidade de colaborar com governos locais e nacionais, ONGs ou empresas para garantir que o seu projeto é integrado nos sistemas e estruturas existentes. Por exemplo, um projeto de recuperação de mangais pode estabelecer parcerias com operadores de ecoturismo para criar oportunidades de geração de rendimentos e, ao mesmo tempo, conservar habitats críticos. Ao planear a viabilidade a longo prazo, o seu projeto pode servir de modelo de sustentabilidade, beneficiando tanto as comunidades como os ecossistemas durante anos. A sustentabilidade não é apenas uma reflexão posterior – é a base sobre a qual os projectos transformadores são construídos.
3. Seja realista e prático
Os objectivos ambiciosos são inspiradores, mas devem estar ancorados numa teoria da mudança exequível e bem pensada. Divida a sua proposta em etapas claras e acionáveis e descreva como cada etapa contribui para os seus objectivos gerais. Antecipe os potenciais desafios e desenvolva estratégias para demonstrar como irá gerir os riscos de forma eficaz. Isto mostra que está bem preparado para obter resultados.
Assegure-se de que o seu plano de trabalho está em conformidade com o seu calendário e orçamento. Um plano prático e bem estruturado que demonstre uma boa relação custo/benefício não só reforça a sua proposta, como também garante aos financiadores que o seu investimento será utilizado de forma eficiente e responsável.
4. Seja criativo
A inovação nem sempre tem a ver com a criação de algo totalmente novo – muitas vezes envolve a aplicação de novas perspectivas a desafios existentes. Considere as seguintes abordagens:
- Aumentar a transparência das pescas através de normas laborais – Uma nova abordagem para lidar com a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU) na região do Oceano Índico Ocidental (WIO) envolve o aproveitamento dos regulamentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a segurança das embarcações e o bem-estar da tripulação. Ao integrar as normas laborais – tais como o acompanhamento obrigatório das embarcações, melhores condições de trabalho e inspecções pelo Estado do porto – os governos e as organizações de conservação podem melhorar a monitorização e o cumprimento. Por exemplo, a ligação entre a documentação eletrónica das capturas e os manifestos da tripulação garante que apenas o peixe legalmente capturado entra na cadeia de abastecimento, protegendo simultaneamente os pescadores da exploração. Esta estratégia reforça tanto a sustentabilidade ambiental como a responsabilidade social.
- Aproveitar a tecnologia para a conservação – Ferramentas como drones para a monitorização de ecossistemas e aplicações móveis para a recolha de dados em tempo real podem aumentar significativamente os esforços de conservação, melhorando a vigilância e a tomada de decisões.
- Promover a gestão inteligente dos resíduos – Nas cidades que se debatem com problemas de gestão de resíduos, tecnologias como a cartografia do sistema de informação geográfica (SIG), caixotes do lixo equipados com Internet das coisas (IoT) [ligação a https://www.infosys.com/insights/industry-stories/smarter-waste-management.html] e plataformas digitais podem otimizar as rotas de recolha, acompanhar a produção de resíduos e facilitar uma segregação eficiente. Esta abordagem baseada em dados reduz a pressão sobre os aterros, promove soluções de economia circular e melhora a limpeza urbana.
5. Siga as diretrizes (sim, a sério!)
Siga as diretrizes de candidatura [ligação para o feed de recursos do candidato] – é um passo simples mas importante. Participe nos webinars em linha [ligação para o feed de eventos] para que os candidatos compreendam as prioridades do OCEAN, ou assista aos mesmos se não puder participar pessoalmente. Estas sessões são preciosas para responder a perguntas e adaptar a sua proposta de modo a satisfazer as expectativas dos avaliadores.
6. Aproveite o momento!
OCEAN oferece uma oportunidade de combinar abordagens inovadoras de conservação com práticas inclusivas e sustentáveis para aliviar a pobreza na região do Oceano Índico Ocidental.
Este é o seu momento para transformar ideias em projectos com impacto que criem mudanças reais. Ao restaurar ecossistemas vitais, ao capacitar comunidades marginalizadas e ao enfrentar os impactos das alterações climáticas, as suas contribuições podem abrir caminho para um futuro mais resiliente, inclusivo e sustentável.
Junte-se a esta viagem transformadora. Juntos, podemos construir uma região próspera onde as pessoas, o planeta e a natureza vivem em harmonia. O momento de agir é agora – candidate-se hoje e deixe a sua marca!
Asma Hadi Awadh é conservacionista marinha e costeira e membro do Comité de Peritos OCEAN. Este blogue faz parte de uma série escrita por membros do Comité de Peritos OCEAN que aconselham os potenciais candidatos com base na sua experiência e conhecimentos.
Imagem: Belo Tsiribihina, Madagáscar por Elle Leontiev via Unsplash.
Este blogue foi escrito com recurso a um tradutor automático. A OCEAN pede desculpa por quaisquer imprecisões causadas por este processo.